Ultimamente, venho relendo as poesias de Carlos Pena Filho, o poeta do azul que morreu prematuramente. Espero que gostem do poema abaixo: As dádivas do amante Deu-lhe a mais bela manhã que o vento ousara inventar. Deu-lhe a palavra lã, e mais não podia dar. Deu-lhe o azul que o céu possuía, deu-lhe o verde da ramagem, deu-lhe o sol do meio-dia e uma colina selvagem. Deu-lhe a lembrança passada e a que ainda estava por vir, deu-lhe a bruma dissipada que conseguira reunir. deu-lhe o exato momento em que uma rosa floriu nascida do próprio vento; ela ainda mais exigiu. Deu-lhe uns restos de luar e um amanhecer violento que ardia dentro do mar. Deu-lhe o frio esquecimento e mais não podia dar. (Carlos Pena Filho) |
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
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