quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Ultimamente, venho relendo as poesias de Carlos Pena Filho, o poeta do azul que morreu prematuramente. Espero que gostem do poema abaixo:

As dádivas do amante

Deu-lhe a mais bela manhã
que o vento ousara inventar.
Deu-lhe a palavra lã,
e mais não podia dar.

Deu-lhe o azul que o céu possuía,
deu-lhe o verde da ramagem,
deu-lhe o sol do meio-dia
e uma colina selvagem.

Deu-lhe a lembrança passada
e a que ainda estava por vir,
deu-lhe a bruma dissipada
que conseguira reunir.

deu-lhe o exato momento
em que uma rosa floriu
nascida do próprio vento;
ela ainda mais exigiu.

Deu-lhe uns restos de luar
e um amanhecer violento
que ardia dentro do mar.

Deu-lhe o frio esquecimento
e mais não podia dar.
(Carlos Pena Filho)

LEITOR DE POESIA

Este é um espaço criado para aqueles que gostam de poesia, mas sobretudo é um espaço para divulgação de poemas, de excertos de boa literatura.Enfim, um espaço para leitores, vivenciadores de poesia e literatura.